a OBSERVATÓRIO DA PAX: Os pobres batem à nossa porta: ​Na mensagem para a Quaresma o Papa releu e atualizou a parábola de Lázaro | L'Osservatore Romano

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Os pobres batem à nossa porta: ​Na mensagem para a Quaresma o Papa releu e atualizou a parábola de Lázaro | L'Osservatore Romano

«O pobre à porta do rico não é um empecilho fastidioso, mas um apelo a converter-se e mudar de vida». Eis quanto recordou o Papa Francisco na mensagem para a Quaresma de 2017, apresentada na manhã de terça-feira 7 de fevereiro.

Centrado sobre o tema «A Palavra é um dom. O outro é um dom», a reflexão do Pontífice retomou e atualizou a parábola evangélica de Lázaro: uma «página significativa – definiu-a Francisco – que nos oferece a chave para compreender como agir para alcançar a verdadeira felicidade e a vida eterna, exortando-nos a uma conversão sincera».

«O primeiro convite que nos faz esta parábola – revela a mensagem – é abrir a porta do nosso coração ao outro, porque cada pessoa é um dom, quer o nosso vizinho quer o pobre desconhecido». Com efeito, a Quaresma «é um tempo propício para abrir a porta a cada necessitado e reconhecer nele ou nela o rosto de Cristo». O Papa recordou que na raiz de todos os males está «a avidez do dinheiro», que «pode chegar a dominar-nos, a ponto de se tornar um ídolo tirânico». Deste modo, em vez de «instrumento ao nosso dispor», o dinheiro «pode-nos subjugar, a nós e ao mundo inteiro, numa lógica egoísta que não deixa espaço ao amor e dificulta a paz».

Além disso, a parábola mostra-nos que «a ganância do rico fá-lo vaidoso». De facto, a sua personalidade vive de aparências «fazendo ver aos outros aquilo que se pode permitir»; mas «a aparência serve de máscara para o vazio interior». Portanto, para o homem corrompido pelas riquezas «nada mais existe além do próprio eu e, por isso, as pessoas que o rodeiam não caiem sob a alçada do seu olhar».

Por fim, «só no meio dos tormentos do Além é que o rico reconhece Lázaro». Esta é «uma mensagem para todos os cristãos»: na realidade, «a raiz dos seus males é não dar ouvidos à Palavra de Deus; isto levou-o a deixar de amar a Deus e, consequentemente, a desprezar o próximo». Eis o convite conclusivo do Pontífice a viver o caminho da Quaresma como «tempo favorável para se renovar no encontro com Cristo vivo na sua palavra, nos sacramentos e no próximo».

Mensagem do Papa

L'Osservatore Romano

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