ADVENTO 2017: Percorramos o caminho da não-violência… Contributos para a celebração do Advento 2017
Vivemos num mundo em que a violência parece algo intrínseco ao modo como a sociedade moderna se organiza e se desenvolve.
Presente e evidente, mas também escondida e latente, nos mais diversos sectores da vida social (família, escola e sociedade), a violência pode-se expressar de maneiras diferentes e a variados níveis: marginalização e opressão, conflitos militares e terrorismo, alterações climáticas e degradação ambiental, desigualdade e pobreza, e agressão interpessoal.
Qual o caminho a seguir para superar este problema omnipresente no quotidiano contemporâneo? Responder à violência com violência? No entanto, e ao contrário do que “o mundo” nos pretende fazer crer, a violência gera sempre mais violência, como a história o tem demonstrado, e tudo o que se obtém com essa atitude, como alerta o Papa Francisco, é «desencadear represálias e espirais de conflitos letais que beneficiam apenas a poucos “senhores da guerra”» e não uma paz justa e sustentável.
É utópico pensar que o recurso à violência possa ajudar a resolver os problemas que a humanidade enfrenta actualmente a nível global: «A violência não é o remédio para o nosso mundo dilacerado», adverte o Papa.
É, pois, premente enveredar por um caminho diferente, que a uma espiral de violência e de destruição oponha uma espiral de reconciliação e de vida. Esse caminho é o da não-violência activa e criativa. Escolhê-lo e seguir por ele, no dia-a-dia das nossas vidas, foi o desafio que nos lançou o Papa Francisco na sua mensagem para a celebração do 50º Dia Mundial da Paz, a 1 de Janeiro de 2017 (Cf. PAPA FRANCISCO, A não-violência; IDEM, Discurso por ocasião da apresentação das Cartas Credenciais de alguns embaixadores, 15 de dezembro de 2016).
E porque este foi o caminho trilhado pelo próprio Jesus Cristo (Cf. PAPA FRANCISCO, A não-violência, n. 3 e 6), para os cristãos seguir por ele torna-se um imperativo: «Hoje, ser verdadeiro discípulo de Jesus significa aderir também à sua proposta de não-violência» (PAPA FRANCISCO, A não-violência, n. 3. Cf. PAPA BENTO XVI, Angelus, 18 de Fevereiro de 2007).
Neste mesmo sentido, a convite do Conselho Pontifício Justiça e Paz, da Pax Christi Internacional e de muitas outras organizações católicas internacionais, 85 pessoas de todo o mundo, muitas das quais provenientes de países que estiveram em guerra ou que lidavam com violência grave há décadas, reuniram-se em Roma, de 11 a 13 Abril de 2016, para reflectir sobre “Não-violência e Paz Justa: Contributo para a compreensão e compromisso católicos com a não-violência”.
Do documento final dessa conferência, “Um apelo à Igreja Católica a com-prometer-se de novo com a centralidade da não-violência evangélica”, foram retirados os textos para esta brochura que a Pax Christi Portugal, como tem vindo a ser costume, preparou para o tempo de Advento, com contributos para a sua celebração e vivência seja na paróquia, em família ou em grupo, tendo como ideia central a temática da Paz.
Neste tempo litúrgico em que, em expectativa vigilante e laboriosa, alimentada pela oração e pelo compromisso efectivo do amor feito serviço, nos preparamos para acolher o Deus que vem ao nosso encontro como «Menino inerme para vencer a soberba, a violência e a ambição de posse do homem» (PAPA BENTO XVI, Audiência Geral, 23 de Dezembro de 2009) dediquemo-nos activamente a promover um novo estilo de vida que rejeite a violência em todas as suas formas e respeite a pessoa humana e a nossa casa comum: Façamos da não-violência o nosso estilo de vida!
Novembro de 2017
Percorramos o caminho da não-violência… Contributos para a celebração do Advento 2017 está disponível para impressão aqui.
Etiquetas: ADVENTO 2017, ESPIRITUALIDADE E TEOLOGIA DA PAZ, PAX CHRISTI
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