ADVENTO 2013: 3º DOMINGO DO ADVENTO
A fé não afasta do mundo, nem é alheia ao esforço concreto dos nossos contemporâneos. Sem um amor fiável, nada poderia manter verdadeiramente unidos os homens: a unidade entre eles seria concebível apenas enquanto fundada sobre a utilidade, a conjugação dos interesses, o medo, mas não sobre a beleza de viverem juntos, nem sobre a alegria que a simples presença do outro pode gerar.
PAPA FRANCISCO – Lumen fidei,n. 51
2. Reflexão
O que manda hoje não é o homem, mas o dinheiro, é o dinheiro que manda! E Deus, nosso Pai, confiou a tarefa de conservar a terra não ao dinheiro, mas a nós: aos homens e às mulheres; somos nós que temos esta tarefa! No entanto, homens e mulheres são sacrificados aos ídolos do lucro e do consumo: é a «cultura do descarte». Se um computador se quebra é uma tragédia, mas a pobreza, as necessidades e os dramas de numerosas pessoas acabam por entrar na normalidade. […] Não pode ser assim! E no entanto estas situações entram na normalidade: que algumas pessoas sem-abrigo morram de frio na rua, isto não é notícia. Ao contrário, numa diminuição de dez pontos na bolsa de valores de algumas cidades constitui uma tragédia. Alguém que morre não é notícia, mas se a bolsa de valores diminui dez pontos é uma tragédia! Assim, as pessoas são descartadas, como se fossem lixo.
Esta «cultura do descarte» tende a tornar-se a mentalidade comum, que contagia todos. A vida humana, a pessoa já não é considerada um valor primário a respeitar e salvaguardar, especialmente se é pobre ou deficiente, se ainda não é útil - como o nascituro - ou se deixou de servir - como o idoso. Esta cul-tura do descarte tornou-nos insensíveis também aos desperdícios e aos restos alimentares, que são ainda mais repreensíveis quando em todas as partes do mundo, infelizmente, muitas pessoas e famílias sofrem fome e subalimentação. Outrora, os nossos avós prestavam muita atenção a não descartar nada da comida que sobejava. O consumismo induziu-nos a habituar-nos ao supérfluo e ao esbanjamento quotidiano de alimentos, aos quais às vezes já não somos capazes de atribuir o justo valor, que vai além dos meros parâmetros económicos. Recordemos bem, porém, que a comida que se deita fora é como se fosse roubada da mesa de quem é pobre, de quem tem fome!
PAPA FRANCISCO – Audiência Geral. 5 de junho de 2013
3. Gesto de Paz
Acende-se a TERCEIRA VELA da Coroa do Advento.
Quem são para nós as pessoas descartáveis? Ninguém? Provavelmente até nos revolta só a ideia de considerar “pessoas descartáveis”. Mas porque achamos que nada podemos fazer ou que há instituições para assumir a tarefa de cuidar dessas pessoas, nada fazemos! Assumamos o compromisso de dar um pouco do nosso tempo, da nossa comida, da nossa atenção a essas pessoas que têm menos, que estão sós. Não custa muito levar um pouco mais de comida para partilhar na escola ou no trabalho, ou passar a visitar alguém que está só, ou fazer voluntariado numa instituição.
4. Oração
1. Bom Deus, que nos deste a tua Paz, permite-nos partilhá-la com quem está à nossa volta para que o amor e a harmonia estejam sempre presentes nas nossas vidas, para que todo o mundo seja feliz, para que possamos viver dignamente e como irmãos e para que todos se alegrem na tua presença.
Todos: Unidos na diversidade, invocamos a tua Graça Infinita e com humildade suplicamos-te que recebas a nossa oração e nos convertas em instrumentos da tua Paz.
5. Bênção
1. No meio da ira, da violência e da decepção; no meio de guerras e destruição da terra, o Senhor nos mostre a sua luz e nos conceda a força para mudar o ódio em amor, a vingança em perdão, a guerra em paz.
Todos: Ao Senhor, nosso Deus, que dirige palavras de paz ao seu povo e a todos os que a Ele se convertem de coração sincero, seja dada glória, por meio de Jesus Cristo, pelos séculos dos séculos. Ámen.
In: Reconstruamos a casa da harmonia e da paz! Contributos para a celebração do Advento 2013. Esta brochura está disponível online aqui.
Etiquetas: ADVENTO, ADVENTO 2013, ESPIRITUALIDADE E TEOLOGIA DA PAZ
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