A guerra, origem e essência antropológica e ética
Habitualmente, define-se a guerra como algo não apenas de não-político, mas, na transcendentalidade do político, como algo que diz respeito a grandes massas humanas: povos, nações, estados, países.
Aparentemente, salvo o especial relevo de certos heróis combatentes, como, por exemplo, um Alexandre Magno ou um Nuno Álvares Pereira, a guerra ignora o indivíduo humano, a pessoa singular, cuja ação própria como que se perde no seio de uma ação conjunta de grandes números de seres humanos.
Estas características supostamente evidentes não são algo de moderno, como certas reflexões sobre as grandes guerras do século vinte podem fazer parecer, mas encontram-se presentes nos relatos historiográficos que até nós chegaram. O caráter humano maciço em termos de números envolvidos, bem como o caráter institucional das guerras é verificável já em textos tão antigos quanto os relativos à cultura egípcia, por exemplo, nas suas relações com povos vizinhos; o mesmo se diga da própria Bíblia.
É esta a ideia comum que se tem da guerra.
Ora, nada mais errado quanto ao que constitui a essência da guerra, que, se bem que possa envolver grandes massas de seres humanos, não tem necessariamente de o fazer. E não tem de o fazer porque a sua causa não diz respeito às grandes massas humanas, mas ao modo como cada ser humano, cada pessoa, age na relação com o outro ser humano, com a outra pessoa, com as outras pessoas. [+]
Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura
Etiquetas: CULTURA DA PAZ E NÃO-VIOLÊNCIA, ESPIRITUALIDADE E TEOLOGIA DA PAZ
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