Organizações da Igreja Católica pedem mais atenção para com as vítimas da imigração forçada
Lisboa, 23 abril de 2015 - Consternação e indignação é o sentimento que une várias organizações da Igreja Católica numa manifestação de solidariedade e de alerta para a atual situação de muitos migrantes que têm sido ultrajados na sua dignidade humana ao tentarem atravessar fronteiras à procura das mais básicas condições para a sua sobrevivência.
Este ano, mais de 1500 pessoas morreram no Mar Mediterrâneo, um número 50 vezes superior ao de 2014. Os acontecimentos dos últimos dias, nomeadamente a morte de mais de 700 pessoas que se viram trancadas no porão do navio, e muitos outros já vividos não só no nesta região mas também noutros lugares onde a imigração é considerada irregular face às leis humanas vigentes, obrigam-nos a não ficar calados, sob pena de sermos cúmplices de um verdadeiro massacre que deveria envergonhar o mundo, particularmente os que têm responsabilidades políticas.
Agência Ecclesia, Cáritas Portuguesa, Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP), Comissão Nacional Justiça e Paz, Comissão Nacional Justiça, Paz e Ecologia dos Religiosos, Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, Obra Católica Portuguesa de Migrações, Rádio Renascença , Serviço Jesuíta aos Refugiados e Sociedade de São Vicente de Paulo apelam a todos os portugueses para que, no próximo domingo, dia 26 de abril, coloquem nas suas janelas um pano branco ou usem uma peça de roupa branca e se unam, em oração ou num minuto de silêncio, aos milhares de pessoas que se sentem solidárias com todos os que buscam uma vida melhor para si e para as suas famílias e partem diariamente das suas terras na procura legítima de melhores condições de vida
Em todas as eucaristias celebradas no próximo domingo, será incluída uma prece no momento da Oração dos Fiéis, rogando a Deus que nos ajude a construir “uma só família humana”.
As organizações da Igreja Católica, com o apoio da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, lembram que todas estas pessoas “são pessoas como nós que se vêm obrigadas a fugir do seu país porque vivem situações que ferem gravemente a sua dignidade e colocam em risco a sua sobrevivência e das suas famílias”.
Acreditamos que a União Europeia pode e deve fazer mais por cada uma destas pessoas, nomeadamente, olhando de forma diferente para os seus países de origem. As organizações da Igreja Católica pedem medidas que ultrapassem a excessiva preocupação securitária e de controlo de fronteiras e que se pensem alternativas de maior humanização.
Um gesto tão simples como este que agora se propõem é uma manifestação de indignação e, para além disso, deverá ser entendido como uma adesão pessoal e institucional à realidade vivida nas periferias e o inconformismo com uma cultura do descartável.
“São homens e mulheres como nós, irmãos que procuram uma vida melhor, famintos, perseguidos, feridos, explorados, vítimas de guerras. Procuram uma vida melhor, procuravam a felicidade.” (Papa Francisco)
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